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Antíoco (general de Constâncio II)

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 Nota: Para outras pessoas de mesmo nome, veja Antíoco.
Antíoco
Nacionalidade Império Romano
Ocupação General

Antíoco (em latim: Antiochus) foi oficial romano do século IV, ativo no reinado do imperador Constâncio II (r. 337–361).

Em 336, a Armênia passou por um crise decorrente da invasão de Sanatruces, chefe dos masságetas e alanos (mascutes), e a revolta independentista de Bacúrio, vitaxa de Arzanena; estes episódios foram apoiados pelo Império Sassânida. O rei Cosroes III (r. 330–339) refugiou-se no forte de Terua e enviou Vache I Mamicônio para solicitar ajuda dos romanos.[1] Fausto, o Bizantino ignora a participação dos romanos nos eventos subsequentes, porém é sabido com base no relato fornecido por Moisés de Corene que Constâncio aceitou ajudar o rei armênio.[2]

Em 338, talvez como mestre dos ofícios, Antíoco foi enviado pelo imperador à Armênia com um exército forte, vestimentas púrpuras, uma coroa e uma carta.[3] Ao chegar no país, auxiliou Cosroes a readquirir seu poder e recriou a mesma organização militar (quatro zonas militares e o exército real sob o asparapetes) que existiu na Armênia durante o reinado de Tiridates III (r. 298–330). Segundo a nova organização, Pancrácio I comandou a zona ocidental, o rei ibero Meribanes III a zona norte, Vaanes I Amatúnio a zona oriental e Manachir Restúnio a zona sul.[3] Essa divisão do exército, conforme citada por Moisés, não é conhecida nesse período, indicando uma confusão do autor.[a]

Após reorganizar a Armênia, Antíoco (ou Vache segundo Fausto) realizou um ataque surpresa no campo de Sanatruces e marchou até Airarate. Depois, atacou os invasores em Valarsapate e forçou-os a fugir para Oxarcã, onde novo conflito foi travado entre os exércitos e Sanatruces foi forçado a fugir para Caspiana, na Albânia. Na Albânia, o exército romano-armênio ameaçou Sanatruces e ele decidiu deixar uma guarnição persa na cidade e continuar sua fuga rumo o Império Sassânida. As tropas romanas pilharam os territórios rebeldes, Antíoco coletou o tributo e retornou ao Império Romano, deixando o conflito nas mãos dos armênios.[2]

[a] ^ Segundo Nina Garsoïan, essa divisão do exército em porções não é conhecida em outras fontes e aparenta ser uma confusão de Moisés a respeito das quatro "portas", inspiradas nos quatro pontos cardeais, como registrado na Lista Militar (Զորնամակ, Zōrnamak), o documento que indica a quantidade de cavaleiros que cada uma das família nobres devia ceder ao exército real em caso de convocação.[4]

Referências

  1. Grousset 1973, p. 130.
  2. a b Moisés de Corene 1978, p. 255-256.
  3. a b Dodgeon 2002, p. 273-274.
  4. Fausto, o Bizantino 1989, p. 419.
  • Dodgeon, Michael H.; Lieu, Samuel N. C. (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part I, 226–363 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-00342-3 
  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard 
  • Grousset, René (1973) [1947]. Histoire de l'Arménie: des origines à 1071. Paris: Payot